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“quando (eu) esvoaçar”, Out2018
Proposta: Ensaio
Materiais: Ripas de madeira (pinho), cobertura plástica poliéster transparente, 16 balões látex transparentes, 2 ventoinhas e 2 projetores de luz LED
Dimensões: 50 x 340 x 130 cm, com disposição variável no espaço
Sinopse
Ecrã do sonho é a superfície sobre o qual um sonho aparenta ser projectado. É o fundo transparente presente no sonho, ainda que não necessariamente visto. A ação, visualmente apercebida no conteúdo manifesto do sonho, têm lugar sobre este ecrã de luz e espaço ocupado pelo vento.
Cada imagem resulta numa camuflagem entre o real e a perceção visual. O mundo continua a aparecer mas de uma forma transfigurada e desorganizada, aumentando o consciente e o inconsciente.
Tratei um corpo rígido que flutua inconscientemente, mas que há outro a agarrá-lo.
A matéria e a cor leva a uma ausência que cada um percepcionará num novo processo inconsciente, pré-consciente e consciente envolvido nos seus sonhos, incluindo o sonhar, o recordar e o relatar do sonho.
Há momentos que se esboçam, outros que desaparecem, outros que se fundem. Perde a forma e no fim perde-se no vazio.
Proposta: Ensaio
Materiais: Ripas de madeira (pinho), cobertura plástica poliéster transparente, 16 balões látex transparentes, 2 ventoinhas e 2 projetores de luz LED
Dimensões: 50 x 340 x 130 cm, com disposição variável no espaço
Sinopse
Ecrã do sonho é a superfície sobre o qual um sonho aparenta ser projectado. É o fundo transparente presente no sonho, ainda que não necessariamente visto. A ação, visualmente apercebida no conteúdo manifesto do sonho, têm lugar sobre este ecrã de luz e espaço ocupado pelo vento.
Cada imagem resulta numa camuflagem entre o real e a perceção visual. O mundo continua a aparecer mas de uma forma transfigurada e desorganizada, aumentando o consciente e o inconsciente.
Tratei um corpo rígido que flutua inconscientemente, mas que há outro a agarrá-lo.
A matéria e a cor leva a uma ausência que cada um percepcionará num novo processo inconsciente, pré-consciente e consciente envolvido nos seus sonhos, incluindo o sonhar, o recordar e o relatar do sonho.
Há momentos que se esboçam, outros que desaparecem, outros que se fundem. Perde a forma e no fim perde-se no vazio.
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Vídeo final
“traço a traço até mim”, Dez2018/Jan2019
Proposta: Corpo Presente / Corpo Físico Ausente . 1ª Fase - O Eu Aparente
Materiais: Molde direto em alginato, gaze gessada, gesso, espuma de poliuretano e sisal
Dimensões: 53 x 60 x 35 cm
Sinopse
Traço a traço pretendo traduzir e enaltecer aspectos que me caracterizam, nomeadamente a minha pele e o meu cabelo. A minha semelhança às figuras clássicas e mitológicas foram o ponto de partida para o decorrer de uma encenação. A tranquilidade do meu rosto e a pose delicada retirada de mim, relaciona-se com o longo e volumoso cabelo. Assim, o seu exagero proporcionará à composição um peso sobre a expressão que estou a representar.
Proposta: Corpo Presente / Corpo Físico Ausente . 1ª Fase - O Eu Aparente
Materiais: Molde direto em alginato, gaze gessada, gesso, espuma de poliuretano e sisal
Dimensões: 53 x 60 x 35 cm
Sinopse
Traço a traço pretendo traduzir e enaltecer aspectos que me caracterizam, nomeadamente a minha pele e o meu cabelo. A minha semelhança às figuras clássicas e mitológicas foram o ponto de partida para o decorrer de uma encenação. A tranquilidade do meu rosto e a pose delicada retirada de mim, relaciona-se com o longo e volumoso cabelo. Assim, o seu exagero proporcionará à composição um peso sobre a expressão que estou a representar.
Imagens finais
“Catarse”, Fev2019
Proposta: Corpo Presente / Corpo Físico Ausente . 2ª Fase - Analisado por Dentro
Materiais: Madeira (MDF), tubo de metal, humidificador de ar e óleo essencial de eucalipto
Dimensões: 20 x 52 x 42 cm (subsolo), com disposição variável no espaço
Sinopse
Entre o que somos e o que aparentamos ser existem diversos EUs não visíveis. O Self manifesta-se inconscientemente no que produzimos, abrimos espaço para o narrar e para o tornar consciente. Não o abandonamos mas representamo-lo a partir de coisas que o outro vai sentir mesmo que seja de outra maneira.
Catarse narra uma condição ligada a uma memória, um acontecimento. Nós emergimos totalmente através de coisas que vimos, que fazemos e fizemos, dos lugares que temos e do que as pessoas que tivemos deixaram para trás. As coisas que elas trouxeram são a luz e a escuridão, a libertação e a prisão; mas é a pensar neles e onde eles podem estar que capturamos e ultrapassamos as diversas passagens da vida.
Através de uma pequena coisa com importância, a respiração e o ar tornam-se numa tendência para aquilo que no quotidiano é especial mas despercebido.
O título amplia a metáfora poética de uma saída (o respirar) e de algo tóxico presente no consciente; resultando numa purificação. Vem da vida e traz à consciência recordações recalcadas. Significa “purificação”, “evacuação”. Purificação das almas por meio de uma descarga emocional provocada por um trauma. É o experimentar da liberdade em relação a uma situação opressora.
Para que uma pessoa experimente catarse em relação a um conflito, é necessário que uma oportunidade de resolução apresente-se, através da recordação de infância e da respiração sonora e na libertação que me persegue. A subtileza do vapor, a experiência da aproximação e o desprender de algo visível é o objeto e essa resolução diante da opressão que sentia.
Proposta: Corpo Presente / Corpo Físico Ausente . 2ª Fase - Analisado por Dentro
Materiais: Madeira (MDF), tubo de metal, humidificador de ar e óleo essencial de eucalipto
Dimensões: 20 x 52 x 42 cm (subsolo), com disposição variável no espaço
Sinopse
Entre o que somos e o que aparentamos ser existem diversos EUs não visíveis. O Self manifesta-se inconscientemente no que produzimos, abrimos espaço para o narrar e para o tornar consciente. Não o abandonamos mas representamo-lo a partir de coisas que o outro vai sentir mesmo que seja de outra maneira.
Catarse narra uma condição ligada a uma memória, um acontecimento. Nós emergimos totalmente através de coisas que vimos, que fazemos e fizemos, dos lugares que temos e do que as pessoas que tivemos deixaram para trás. As coisas que elas trouxeram são a luz e a escuridão, a libertação e a prisão; mas é a pensar neles e onde eles podem estar que capturamos e ultrapassamos as diversas passagens da vida.
Através de uma pequena coisa com importância, a respiração e o ar tornam-se numa tendência para aquilo que no quotidiano é especial mas despercebido.
O título amplia a metáfora poética de uma saída (o respirar) e de algo tóxico presente no consciente; resultando numa purificação. Vem da vida e traz à consciência recordações recalcadas. Significa “purificação”, “evacuação”. Purificação das almas por meio de uma descarga emocional provocada por um trauma. É o experimentar da liberdade em relação a uma situação opressora.
Para que uma pessoa experimente catarse em relação a um conflito, é necessário que uma oportunidade de resolução apresente-se, através da recordação de infância e da respiração sonora e na libertação que me persegue. A subtileza do vapor, a experiência da aproximação e o desprender de algo visível é o objeto e essa resolução diante da opressão que sentia.
Imagens finais
Vídeos finais
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"Tudo se passa onde nada se passa. Todas histórias suscitam sempre a expectativa do acontecimento,
mas o intervalo de tempo em que este se verifica só existe porque sucede nesse fluir temporal onde nada ‘acontece’. Por isso dele se destaca.
E, no entanto, todos sabemos que cada segundo numa vida é um acontecimento. Na realidade o ‘não-acontecimento’ não existe."
(Marijke van Warmerdam . De Perto à Distância)
mas o intervalo de tempo em que este se verifica só existe porque sucede nesse fluir temporal onde nada ‘acontece’. Por isso dele se destaca.
E, no entanto, todos sabemos que cada segundo numa vida é um acontecimento. Na realidade o ‘não-acontecimento’ não existe."
(Marijke van Warmerdam . De Perto à Distância)
O principal foco está na narrativa. Esta é projetada nos acontecimentos quotidianos. A partir disto, pretendo descobrir uma linguagem temática, processual e plástica, concentrada principalmente na construção do meu Eu - Self de Erving Goffman, do mundo processual e conceptual e na relação do espectador com aquilo que lhe é apresentado.
A completar esta análise do Eu, existe outros patamares importantes na sua construção conceptual que correspondem à consciência. Nesta, verificam-se três aspectos. Primeiramente, o proto-eu é uma colecção de imagens (de padrões de activação neural) que mapeiam os estados físicos e fisiológicos do corpo a cada instante, dando origem aos “sentimentos primordiais”. Seguidamente, a consciência nuclear está mais ligada ao fascínio e prática da experimentação de momentos instantes renovados pelas alterações que se verificam no proto-eu. É assim um fluxo ininerrupto de imagens de todo o tipo, vindas do interior e do exterior do corpo. É uma consciência apenas do sentido do si num momento - agora - e num lugar - aqui -, quase sem memória do passado e sem qualquer antecipação do futuro. Por último, a espécie mais complexa de consciência - a alargada -, fornece ao organismo um elaborado sentido de si — uma identidade e uma pessoa, o leitor ou eu — e coloca essa pessoa num determinado ponto da sua história individual, amplamente informada acerca do passado que já viveu e do futuro que antecipa, e agudamente alerta para o mundo que a rodeia. (António Damásio, 2013)
Projetando na arte estes aspectos enumerados por António Damásio, verificamos talvez uma errância intermitente entre situações, interrupções de percepções e sentidos pela determinação ou não determinação narrativa da obra ao espectador. A questão que se coloca é como é que o objeto/acontecimento artístico resultará na exploração de uma imagem dentro da imagem dentro de nós? A aproximação dessa imagem projetada e da natureza do acontecimento definirá um conjunto de situações que a englobam por exemplo, eu (espectador) vejo isto porque sei o que aquilo é ou vejo assim porque sinto isto, etc. Nancy Holt é um exemplo deste problema, visto que em muitas das suas obras, ela cria uma conexão íntima com esta natureza, dizendo: "Eu sinto que a necessidade de olhar para o céu - para a lua e as estrelas - é muito básica, e está dentro de todos nós. Então, quando eu digo que o meu trabalho é uma exteriorização da minha própria realidade interna, quero dizer, estou a dar às pessoas através da arte o que elas já têm nelas.”.
Ou seja, esta questão da exploração de uma imagem dentro de nós, obriga-me a pensar como o objeto confronta a condição do corpo/espectador perante o seu próprio Self. Assim, configura-se um entre onde a arte se torna a expressão de evidência do humano através de uma ação ou inação. Como é que o espectador observa e imagina o que quero transmitir, através do meu “eu interior” - para lá do que se vê - ? Talvez graças à sua experiência (consciência), ao que elas já têm nelas, à colecção de imagens, vivências, ao mundo que as rodeia, etc.
Em jeito de conclusão, estas questões iminentes na consciência e do acontecimento ajudar-me-ão a seguir um caminho para o meu trabalho que se apoiará na exteriorização da minha própria realidade interna, mesmo que no meio desta intenção, as ações do processo demonstrem e se alterem na sua natureza, tempo e espaço.
A completar esta análise do Eu, existe outros patamares importantes na sua construção conceptual que correspondem à consciência. Nesta, verificam-se três aspectos. Primeiramente, o proto-eu é uma colecção de imagens (de padrões de activação neural) que mapeiam os estados físicos e fisiológicos do corpo a cada instante, dando origem aos “sentimentos primordiais”. Seguidamente, a consciência nuclear está mais ligada ao fascínio e prática da experimentação de momentos instantes renovados pelas alterações que se verificam no proto-eu. É assim um fluxo ininerrupto de imagens de todo o tipo, vindas do interior e do exterior do corpo. É uma consciência apenas do sentido do si num momento - agora - e num lugar - aqui -, quase sem memória do passado e sem qualquer antecipação do futuro. Por último, a espécie mais complexa de consciência - a alargada -, fornece ao organismo um elaborado sentido de si — uma identidade e uma pessoa, o leitor ou eu — e coloca essa pessoa num determinado ponto da sua história individual, amplamente informada acerca do passado que já viveu e do futuro que antecipa, e agudamente alerta para o mundo que a rodeia. (António Damásio, 2013)
Projetando na arte estes aspectos enumerados por António Damásio, verificamos talvez uma errância intermitente entre situações, interrupções de percepções e sentidos pela determinação ou não determinação narrativa da obra ao espectador. A questão que se coloca é como é que o objeto/acontecimento artístico resultará na exploração de uma imagem dentro da imagem dentro de nós? A aproximação dessa imagem projetada e da natureza do acontecimento definirá um conjunto de situações que a englobam por exemplo, eu (espectador) vejo isto porque sei o que aquilo é ou vejo assim porque sinto isto, etc. Nancy Holt é um exemplo deste problema, visto que em muitas das suas obras, ela cria uma conexão íntima com esta natureza, dizendo: "Eu sinto que a necessidade de olhar para o céu - para a lua e as estrelas - é muito básica, e está dentro de todos nós. Então, quando eu digo que o meu trabalho é uma exteriorização da minha própria realidade interna, quero dizer, estou a dar às pessoas através da arte o que elas já têm nelas.”.
Ou seja, esta questão da exploração de uma imagem dentro de nós, obriga-me a pensar como o objeto confronta a condição do corpo/espectador perante o seu próprio Self. Assim, configura-se um entre onde a arte se torna a expressão de evidência do humano através de uma ação ou inação. Como é que o espectador observa e imagina o que quero transmitir, através do meu “eu interior” - para lá do que se vê - ? Talvez graças à sua experiência (consciência), ao que elas já têm nelas, à colecção de imagens, vivências, ao mundo que as rodeia, etc.
Em jeito de conclusão, estas questões iminentes na consciência e do acontecimento ajudar-me-ão a seguir um caminho para o meu trabalho que se apoiará na exteriorização da minha própria realidade interna, mesmo que no meio desta intenção, as ações do processo demonstrem e se alterem na sua natureza, tempo e espaço.
Referências
(Enquanto preocupações conceptuais e processuais que cada um aborda no seu trabalho.
Por vezes as suas temáticas não se relacionam totalmente com o que quero abordar.)
Ana Mendieta Bruce Naum Dan Graham Richard Serra Grupo Fluxus Nancy Holt Massimo Bartolini
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“múltiplas ações em objetos múltiplos”, Mar/Abr2019
Proposta: Objeto de autor - da edição, do múltiplo e do módulo
Materiais: Barro cerâmico, fio de crochê, pedra, cera e papel c/grafite
Dimensões: 10 x 15 x 20 cm (cada caixa), 10 x 1,4 x 13 cm (cada livro)
Sinopse
Uma imagem de uma imagem (reflexão) - imagens combinadas com o que vai acontecendo no mundo exterior e com a memória do passado, vão gerando emoções e sentimentos que geram outras imagens e orientam os nosso atos, exteriores e interiores. Através da história individual e pessoal - exteriorização da minha própria realidade interna - damos às pessoas através da arte o que elas já têm nelas. Imagens mentais, conscientes, sentimentos…
Procura da relação do espectador e a obra com uma narrativa do eu self (um acontecimento). São as pequenas coisas com importância do quotidiano que nos fazem entrar para a libertação, a partir de uma metáfora poética estabelecida com a imagem projetada da realidade interna.
Por vezes damos conta de fazer algo sem propósito, onde não é necessário testemunhar essa ação para a imaginar. Ela está dentro de nós de alguma forma, mesmo que seja uma ação prolongada que não produz nenhum resultado identificável.
Assim, a ideia de percurso, desgaste, rasto que acaba por desaparecer é o ponto de partida deste objeto de autor. Eu sinto a necessidade de retirar o que penso para fora; expressá-lo, torná-lo físico, por isso pensei como é que os vários atos realizados me poderiam ajudar nisso. Numa procura que os pensamentos não flutuassem na consciência; torná-los visíveis, que falassem mais alto. Assim, através da repetição e da insistência (quase num fazer até ao seu limite) perante a matéria, guardei-os como uma necessidade de exteriorizar a minha própria realidade interna. Esta necessidade é muito básica e está dentro de todos nós.
Proposta: Objeto de autor - da edição, do múltiplo e do módulo
Materiais: Barro cerâmico, fio de crochê, pedra, cera e papel c/grafite
Dimensões: 10 x 15 x 20 cm (cada caixa), 10 x 1,4 x 13 cm (cada livro)
Sinopse
Uma imagem de uma imagem (reflexão) - imagens combinadas com o que vai acontecendo no mundo exterior e com a memória do passado, vão gerando emoções e sentimentos que geram outras imagens e orientam os nosso atos, exteriores e interiores. Através da história individual e pessoal - exteriorização da minha própria realidade interna - damos às pessoas através da arte o que elas já têm nelas. Imagens mentais, conscientes, sentimentos…
Procura da relação do espectador e a obra com uma narrativa do eu self (um acontecimento). São as pequenas coisas com importância do quotidiano que nos fazem entrar para a libertação, a partir de uma metáfora poética estabelecida com a imagem projetada da realidade interna.
Por vezes damos conta de fazer algo sem propósito, onde não é necessário testemunhar essa ação para a imaginar. Ela está dentro de nós de alguma forma, mesmo que seja uma ação prolongada que não produz nenhum resultado identificável.
Assim, a ideia de percurso, desgaste, rasto que acaba por desaparecer é o ponto de partida deste objeto de autor. Eu sinto a necessidade de retirar o que penso para fora; expressá-lo, torná-lo físico, por isso pensei como é que os vários atos realizados me poderiam ajudar nisso. Numa procura que os pensamentos não flutuassem na consciência; torná-los visíveis, que falassem mais alto. Assim, através da repetição e da insistência (quase num fazer até ao seu limite) perante a matéria, guardei-os como uma necessidade de exteriorizar a minha própria realidade interna. Esta necessidade é muito básica e está dentro de todos nós.
Imagens finais
“tudo se passa onde nada se passa”, Abr/Maio2019
Proposta: Quase final
Materiais: Cimento e rede de alumínio
Dimensões: 19,5 x 40 x 40 cm (cada elemento), com composição variável
Sinopse
“Tudo se passa onde nada se passa, todas as histórias suscitam sempre uma expectativa do acontecimento, mas o intervalo de tempo em que este se verifica só existe porque sucede nesse fluir temporal onde nada “acontece”. Por isso ele destaca-se. E, no entanto, todos sabemos que cada segundo numa vida é um acontecimento. Na realidade o 'não-acontecimento' não existe.”
Olhamos como se descobríssemos pela primeira vez aquilo que já conhecemos. O olhar que se detém, a atenção indivisa para quaisquer minorias significativas descarta sempre na nossa semiconsciência coletiva. Nenhuma historia, nenhuma moral como objetivo. Gosto da arte quando se entrelaça com a vida. A arte pode dar uma reviravolta à vida e vice-versa. Um cronômetro do quotidiano, através da redundância quase infantil e a repetição plástica.
Gestos mínimos que insuflam uma nova vida nas coisas, nos fenómenos e nas ações. Há sempre uma diferença mínima que persiste entre a vida e a obra de arte, esta aparentemente mais encantada se criada e apresentada enquanto incidente lacárico e quotidiano. Através de uma linguagem pictórica abstrata - formas geométricas simples. É na repetição e no movimento circular das formas que se une a linha narrativa e o movimento torna-se inábil. Esta expressão deve-se às leituras e até improváveis utilizações da forma escultórica. Esta está ligada a uma ideia de caminhada e de interação pública: jardim. Num mundo de processo e cultura de experiência onde a imersão e participação se impõem sobre a distância e a contemplação.
É no paralelismo do industrial com o bruto que as questões temporais do mesmo se estabelecem. Erosão/desaparecimento do cimento causado pela natureza? Há uma preocupação em estabelecer essa passagem temporal como em criar a atmosfera envolvente (enquadramento do espaço) com materiais opostos.
Transforma o lugar, o tempo e o espaço onde o espectador espera encontrar apenas a confirmação de uma situação reconhecível.
A metamorfose de um espaço noutro abre uma dimensão outra para uma reinterpretação do mundo suscitando um confronto onde a experiência do lugar e a meditação a ela inerente conjugam o individual e o social, o interior e o exterior, o publico e o privado, o passado e o presente.
Proposta: Quase final
Materiais: Cimento e rede de alumínio
Dimensões: 19,5 x 40 x 40 cm (cada elemento), com composição variável
Sinopse
“Tudo se passa onde nada se passa, todas as histórias suscitam sempre uma expectativa do acontecimento, mas o intervalo de tempo em que este se verifica só existe porque sucede nesse fluir temporal onde nada “acontece”. Por isso ele destaca-se. E, no entanto, todos sabemos que cada segundo numa vida é um acontecimento. Na realidade o 'não-acontecimento' não existe.”
Olhamos como se descobríssemos pela primeira vez aquilo que já conhecemos. O olhar que se detém, a atenção indivisa para quaisquer minorias significativas descarta sempre na nossa semiconsciência coletiva. Nenhuma historia, nenhuma moral como objetivo. Gosto da arte quando se entrelaça com a vida. A arte pode dar uma reviravolta à vida e vice-versa. Um cronômetro do quotidiano, através da redundância quase infantil e a repetição plástica.
Gestos mínimos que insuflam uma nova vida nas coisas, nos fenómenos e nas ações. Há sempre uma diferença mínima que persiste entre a vida e a obra de arte, esta aparentemente mais encantada se criada e apresentada enquanto incidente lacárico e quotidiano. Através de uma linguagem pictórica abstrata - formas geométricas simples. É na repetição e no movimento circular das formas que se une a linha narrativa e o movimento torna-se inábil. Esta expressão deve-se às leituras e até improváveis utilizações da forma escultórica. Esta está ligada a uma ideia de caminhada e de interação pública: jardim. Num mundo de processo e cultura de experiência onde a imersão e participação se impõem sobre a distância e a contemplação.
É no paralelismo do industrial com o bruto que as questões temporais do mesmo se estabelecem. Erosão/desaparecimento do cimento causado pela natureza? Há uma preocupação em estabelecer essa passagem temporal como em criar a atmosfera envolvente (enquadramento do espaço) com materiais opostos.
Transforma o lugar, o tempo e o espaço onde o espectador espera encontrar apenas a confirmação de uma situação reconhecível.
A metamorfose de um espaço noutro abre uma dimensão outra para uma reinterpretação do mundo suscitando um confronto onde a experiência do lugar e a meditação a ela inerente conjugam o individual e o social, o interior e o exterior, o publico e o privado, o passado e o presente.
Imagens finais