“Distanciamento”
Grés
Adubo
Chá de Cardo Mariano
Círculo interior de 2m de raio
Círculo exterior de 4m de raio
2020
Grés
Adubo
Chá de Cardo Mariano
Círculo interior de 2m de raio
Círculo exterior de 4m de raio
2020
Tomamos como garantido todos os momentos, todas as palavras, todos os sorrisos. Tomamos como garantido a presença das nossas pessoas. Pensada a partir de uma reflexão sobre a vida em tempos de quarentena e tomando em consideração a realidade de um isolamento não por escolha mas sim por proteção, a nós e aos outros, “Distanciamento” é sobre a importância do momento com os outros, do momento que passa, do efémero, pois a vida é feita de círculos/ciclos, tudo começa, tudo passa, tudo acaba para começar de novo.
A instalação é inspirada na cerimónia do chá japonesa e as suas filosofias ichi-go ichi-e , “Uma vez, uma reunião”, e de Wabi Sabi, uma visão do mundo centrada na aceitação da transitoriedade e imperfeição. Assim, para esta instalação foram realizadas à mão de acordo com a técnica japonesa original, 25 taças de chá que não foram cozidas. Colocadas no chão a 2 metros de distância da taça central, foi criado um circulo interior onde cada taça, ao representar uma individualidade, cria com a presença central um momento e um diálogo assim que o chá é servido. O circulo exterior surge com o caminhar, que resulta da impossibilidade de entrar no circulo interior.
O tempo continua, as taças desfazem-se e o momento passa.
Começa um novo ciclo.
A instalação é inspirada na cerimónia do chá japonesa e as suas filosofias ichi-go ichi-e , “Uma vez, uma reunião”, e de Wabi Sabi, uma visão do mundo centrada na aceitação da transitoriedade e imperfeição. Assim, para esta instalação foram realizadas à mão de acordo com a técnica japonesa original, 25 taças de chá que não foram cozidas. Colocadas no chão a 2 metros de distância da taça central, foi criado um circulo interior onde cada taça, ao representar uma individualidade, cria com a presença central um momento e um diálogo assim que o chá é servido. O circulo exterior surge com o caminhar, que resulta da impossibilidade de entrar no circulo interior.
O tempo continua, as taças desfazem-se e o momento passa.
Começa um novo ciclo.
“A (minha) mãe”
Mesa de cabeceira de madeira
Terra
Borras de café
Cera de Abelha
Barro de Mafra
Mesa de cabeceira : 74 cm x 40 cm x 37 cm
Volume de barro: 33 cm x 42 cm x 33 cm
2020
Mesa de cabeceira de madeira
Terra
Borras de café
Cera de Abelha
Barro de Mafra
Mesa de cabeceira : 74 cm x 40 cm x 37 cm
Volume de barro: 33 cm x 42 cm x 33 cm
2020
“ - Mãe, porque é que começaste tanta coisa mas acabaste tão pouca?
- Porque estava calor e depois tive filhos.
Ri-me.
Agora pensando bem,
só me dá vontade de chorar. ”
- Porque estava calor e depois tive filhos.
Ri-me.
Agora pensando bem,
só me dá vontade de chorar. ”
As mães são assim.
Robustas e fortes, delicadas e bonitas. Carregam na barriga a vida do mundo e guardam para si, como numa gaveta selada, todas as dores, dificuldades e verdades que não podem contar. Tudo para protegerem e amarem.
Ao crescermos, parece que elas não crescem. Há uma distância entre a vida que é protegida e promessa do seu crescimento, entre o “o que é” e “o que poderia ter sido”. Há uma distância que existe mas não é visível.
A minha mãe também é assim.
Robustas e fortes, delicadas e bonitas. Carregam na barriga a vida do mundo e guardam para si, como numa gaveta selada, todas as dores, dificuldades e verdades que não podem contar. Tudo para protegerem e amarem.
Ao crescermos, parece que elas não crescem. Há uma distância entre a vida que é protegida e promessa do seu crescimento, entre o “o que é” e “o que poderia ter sido”. Há uma distância que existe mas não é visível.
A minha mãe também é assim.
A poeira,
fica sempre.
Collants de nylon
Farinha
Cadeira de Madeira
40cm x 44cm x 70cm
2020
fica sempre.
Collants de nylon
Farinha
Cadeira de Madeira
40cm x 44cm x 70cm
2020
Com a passagem do tempo, a memória aloja-se em diversos locais e objetos. A cadeira é um desses objetos e surge com especial recorrência por possuir a capacidade de representar duas grandes dimensões: a dimensão corporal de uma individualidade presente mas ausente, e a dimensão construtiva e espacial de um local, uma casa, um lar onde sentar e repousar. O corpo, é um corpo estranho. Apesar de algo familiar e doméstico, todo ele cria estranheza. É quente e acolhedor, mas bizarro e deformado. É mutável porque individualmente é relembrada uma identidade diferente, é deformado porque, com o tempo, as memórias também se deformam.
É a representação de uma memória que, apesar de relembrada e habitada de maneiras diferentes, é ao mesmo tempo, uma memória coletiva partilhada por todos. A cadeira representa o que é estrutural e fixo na memória, o que é comum, que sustenta o corpo e segura toda a memória no seu lugar. O corpo não tem forma fixa, é variável e apresenta-se como a representação de uma presença. No fim, enquanto tudo o resto desvanece, enquanto a memória se torna desfocada e menos certa, existe sempre uma lembrança.
Existe sempre poeira.
É a representação de uma memória que, apesar de relembrada e habitada de maneiras diferentes, é ao mesmo tempo, uma memória coletiva partilhada por todos. A cadeira representa o que é estrutural e fixo na memória, o que é comum, que sustenta o corpo e segura toda a memória no seu lugar. O corpo não tem forma fixa, é variável e apresenta-se como a representação de uma presença. No fim, enquanto tudo o resto desvanece, enquanto a memória se torna desfocada e menos certa, existe sempre uma lembrança.
Existe sempre poeira.
Kalopsia II
(Série Kalopsia)
Collants de nylon
Farinha
Carvão
Dimensões variáveis
2020
(Série Kalopsia)
Collants de nylon
Farinha
Carvão
Dimensões variáveis
2020
Kalopsia (n. Inglês) A ilusão de algo ser mais belo do que é na realidade
The delusion of things being more beautiful than they are
The delusion of things being more beautiful than they are
"There is some kind of a sweet innocence in being human - in not having to be just happy or just sad - in the nature of being able to be both."
- C. Joybell C.
O mundo não é, nem preto, nem branco.
O mundo é os dois. E ao mesmo tempo.
Desde os nossos primeiros passos que somos ensinados a observar e dividir o mundo em dois. Preto ou branco, mau ou bom, tristeza ou felicidade. Esta peça é uma declaração contra essa mesma visão, pois acredito que nada no mundo é certo ou fixo, incluindo especialmente, nós. Um indivíduo não é necessariamente, ou bom ou mau, todos somos constituídos por essas duas dimensões e é essa mesma característica que nos torna tão interessantes. Possuímos a capacidade de aprender e melhorar.
Partindo de uma pesquisa interior, este trabalho começa em mim para se tornar em algo coletivo e universal. É importante perceber que somos todos feitos de preto e branco, que a contaminação dessas duas dimensões é o que nos torna humanos.
Não temos de ser prefeitos.
A contaminação não é algo a temer.
É sim, algo a reconhecer e a melhorar.
- C. Joybell C.
O mundo não é, nem preto, nem branco.
O mundo é os dois. E ao mesmo tempo.
Desde os nossos primeiros passos que somos ensinados a observar e dividir o mundo em dois. Preto ou branco, mau ou bom, tristeza ou felicidade. Esta peça é uma declaração contra essa mesma visão, pois acredito que nada no mundo é certo ou fixo, incluindo especialmente, nós. Um indivíduo não é necessariamente, ou bom ou mau, todos somos constituídos por essas duas dimensões e é essa mesma característica que nos torna tão interessantes. Possuímos a capacidade de aprender e melhorar.
Partindo de uma pesquisa interior, este trabalho começa em mim para se tornar em algo coletivo e universal. É importante perceber que somos todos feitos de preto e branco, que a contaminação dessas duas dimensões é o que nos torna humanos.
Não temos de ser prefeitos.
A contaminação não é algo a temer.
É sim, algo a reconhecer e a melhorar.