CATARINA VILAÇA
1997, Vila Nova de Famalicão
Aluna de escultura na Faculdade das Belas Artes da Universidade do Porto
https://catarianvilaca.wixsite.com/vilaca
Aluna de escultura na Faculdade das Belas Artes da Universidade do Porto
https://catarianvilaca.wixsite.com/vilaca
Casacos de fato Dez 19
Materiais: Velcro
Projecção com 9min e 11seg de dimensões Variáveis
Com a colaboração de GIL MONTEVERDE e AMÉLIA MARINHO.
UM TRABALHO DE MÃE E FILHA
O projeto surgiu de uma conversa, uma conversa entre dois amigos, uma discussão de ideias entre mim, Catarina Vilaça, e o Gil Monteverde. Debatíamos possíveis materiais e propostas para futuros projetos. Falávamos em específico de uma ideia do Gil, consistia numa performance em que 2 a 5 indivíduos vestiam fatos revestidos com ímanes e ficavam unidos, cortando a fluidez do movimento (com o objetivo de fazerem contacto improv).
Falou-se da ideia de usar velcro e eu, pegando nessa premissa, comecei a confecionar dois casacos de fato revestidos a velcro, um com a parte fêmea (loop) e outro com a parte masculina (gancho).
A conceção dos fatos começou sem nenhum fim filosófico ou ideia conceptual, começou porque me pareceu ser uma imagem divertidíssima: Duas pessoas amarradas sem se conseguirem soltar uma da outra. Há medida que fui fazendo os fatos esse fator altera-se e houve uma série de coincidências que vieram fortalecer o trabalho, dar-lhe um novo significado, ou melhor, um significado.
A CONCEPÇÃO DOS CASACOS
Os objetos escultóricos que irei apresentar são dois casacos de fato comprados numa loja de segunda mão com lastras de velcro cosidas posteriormente, para a sua elaboração foi necessário trabalhar numa confeção, felizmente a minha mãe tem uma em casa, cheia de máquinas que pude usar. Foram apenas usados dois tipos de máquinas: a corte-e-cose e a ponto corrido.
Os materiais, como linhas, agulhas e até mesmo o velcro, adquiri-os da minha mãe, de materiais que ela já possuía. Tive, porém, de arranjar mais velcro, pois foi necessário mais do que aquele que ela tinha.
Passei a fazer viagens a casa mais recorrentes. Neste projeto o meu atelier tornou-se a casa dos meus pais, o que me obrigou a passar lá muito mais tempo. Durante muitos anos trabalhei com a minha mãe na confeção, então algumas coisas eu já sabia como fazer, mesmo assim a ajuda dela foi fundamental. Ensinou-me como desmontar um casaco e a cozê-lo novamente. voluntariou-se a ajudar-me no processo todo e rapidamente tornou-se num trabalho de parceria entre mãe e filha.
Cada vez que completávamos uma parte do casaco (como por exemplo a parte da frente ou uma das mangas) queríamos experimentar, demorou três fins de semana juntas para fazer estes objetos performativos, mais umas horas extras de arranjo de estragos pelo seu uso. Eu fiz o casaco com o velcro mais macio e ela o que levava o velcro mais áspero.
Uma série de coincidências surgiram: o casaco que a minha mãe estava a fazer estragava-se mais rapidamente com o uso, sempre que nos abraçamos o meu fato continuava intacto enquanto que o dela eram sempre necessárias constantes reparações, pois o velcro gancho faz mais força e desgasta-se mais. Achei esta coincidência poética, e mais sobre ela não digo para não denunciar a sua identidade. Tornou-se minha intenção apresentar o que é uma relação entre mãe e filha.
Elaborei um happening privado em casa dos meus pais, na confeção, em que eu e a minha mãe fizemos uma série de experiências com os casacos,. Foi privado pois os objetos em si nasceram num ambiente caseiro e de intimidade, faz todo o sentido terminarem nele, para além de não querer por a minha mãe numa situação desconfortável, o que passaria muito provavelmente para o trabalho e poderia induzi-lo por um caminho diferente daquele que ambiciono.
Projecção com 9min e 11seg de dimensões Variáveis
Com a colaboração de GIL MONTEVERDE e AMÉLIA MARINHO.
UM TRABALHO DE MÃE E FILHA
O projeto surgiu de uma conversa, uma conversa entre dois amigos, uma discussão de ideias entre mim, Catarina Vilaça, e o Gil Monteverde. Debatíamos possíveis materiais e propostas para futuros projetos. Falávamos em específico de uma ideia do Gil, consistia numa performance em que 2 a 5 indivíduos vestiam fatos revestidos com ímanes e ficavam unidos, cortando a fluidez do movimento (com o objetivo de fazerem contacto improv).
Falou-se da ideia de usar velcro e eu, pegando nessa premissa, comecei a confecionar dois casacos de fato revestidos a velcro, um com a parte fêmea (loop) e outro com a parte masculina (gancho).
A conceção dos fatos começou sem nenhum fim filosófico ou ideia conceptual, começou porque me pareceu ser uma imagem divertidíssima: Duas pessoas amarradas sem se conseguirem soltar uma da outra. Há medida que fui fazendo os fatos esse fator altera-se e houve uma série de coincidências que vieram fortalecer o trabalho, dar-lhe um novo significado, ou melhor, um significado.
A CONCEPÇÃO DOS CASACOS
Os objetos escultóricos que irei apresentar são dois casacos de fato comprados numa loja de segunda mão com lastras de velcro cosidas posteriormente, para a sua elaboração foi necessário trabalhar numa confeção, felizmente a minha mãe tem uma em casa, cheia de máquinas que pude usar. Foram apenas usados dois tipos de máquinas: a corte-e-cose e a ponto corrido.
Os materiais, como linhas, agulhas e até mesmo o velcro, adquiri-os da minha mãe, de materiais que ela já possuía. Tive, porém, de arranjar mais velcro, pois foi necessário mais do que aquele que ela tinha.
Passei a fazer viagens a casa mais recorrentes. Neste projeto o meu atelier tornou-se a casa dos meus pais, o que me obrigou a passar lá muito mais tempo. Durante muitos anos trabalhei com a minha mãe na confeção, então algumas coisas eu já sabia como fazer, mesmo assim a ajuda dela foi fundamental. Ensinou-me como desmontar um casaco e a cozê-lo novamente. voluntariou-se a ajudar-me no processo todo e rapidamente tornou-se num trabalho de parceria entre mãe e filha.
Cada vez que completávamos uma parte do casaco (como por exemplo a parte da frente ou uma das mangas) queríamos experimentar, demorou três fins de semana juntas para fazer estes objetos performativos, mais umas horas extras de arranjo de estragos pelo seu uso. Eu fiz o casaco com o velcro mais macio e ela o que levava o velcro mais áspero.
Uma série de coincidências surgiram: o casaco que a minha mãe estava a fazer estragava-se mais rapidamente com o uso, sempre que nos abraçamos o meu fato continuava intacto enquanto que o dela eram sempre necessárias constantes reparações, pois o velcro gancho faz mais força e desgasta-se mais. Achei esta coincidência poética, e mais sobre ela não digo para não denunciar a sua identidade. Tornou-se minha intenção apresentar o que é uma relação entre mãe e filha.
Elaborei um happening privado em casa dos meus pais, na confeção, em que eu e a minha mãe fizemos uma série de experiências com os casacos,. Foi privado pois os objetos em si nasceram num ambiente caseiro e de intimidade, faz todo o sentido terminarem nele, para além de não querer por a minha mãe numa situação desconfortável, o que passaria muito provavelmente para o trabalho e poderia induzi-lo por um caminho diferente daquele que ambiciono.
Projeto de quarentena junho 20
Confinada, confinada, coser, coser, gravar.
Proteger-me, proteger-me
Pessoas de risco não podem sair de casa
Rasgar, rasgar
Desprotegida
Proteger
Proteger
Março
Abril
Maio
Junho
proteger
proteger
Um pouco por dia, todos os dias, todas as semanas, durante toda a quarentena.
Livro de Artista Julho 2020
Materiais: Livro de infância e linhas
Dimensões: 20x20
Dimensões: 20x20
João Teimoso 2020
Projeto em parceria com FRANCISCA MOURA e GIL MONTEVERDE
Vencedor do concurso "Viana Jovens com Talento 2020"
Materiais: Bétulas, relva e vasos
Dimensões: variável
É necessário compreender o propósito mais intrínseco de brincar, que revela ser esse mesmo, brincar. Nada mais que o usufruto de um acto, brincar é tão essencial como comer, respirar, dormir. Forma de terapia essa que nos ocupa, que junta a Alma no recreio, ao Corpo em movimento. Mover os nossos corpos sem uma ideia de produtividade, com nenhum objetivo concreto, mas o de brincar. Brincamos porque sim.
Partindo deste princípio, o que pretendemos concretizar tem como base uma peça realizada anteriormente por mim, Catarina Vilaça, onde o seu objectivo era promover a interação entre o público e a peça. Esta peça era composta por 8 semi-esferas feitas em cimento maciço, com a curvatura voltada para o solo, criando uma espécie de sempre-em-pé. No centro da parte superior da peça estava presente um galho de madeira que permitia o equilíbrio do espectador/performer. Em conjunto davam a ideia de uma pequena floresta, onde, após poucos minutos todos perdiam inibições e se concentravam num exercício lúdico, com espírito de brincadeira. Percebemos que brincar é perder as certezas de o espaço onde se habita, é procurar um desequilíbrio evocando uma concentração instintiva. Queremos aproveitar esta oportunidade para realizar uma obra com maior magnitude redesenhando as semi-esferas que agora não serão maciças mas contendo terra, como se fossem vasos. O material que pretendemos utilizar será cerâmica, e em vez de troncos de madeira, plantas.
Escolhemos a Bétula por ser uma árvore de cariz singelo e pelos seus troncos estreitos e altos. É também nossa intenção que a cor dos materiais usados na execução das bases dialoguem com a cor do tronco da árvore - devido à sua forma, as raízes des - ta espécie não se estendem num espaço amplo permitindo uma saudável inclusão em vasos. Para além de ser uma belíssima espécie, a Bétula faz parte de um leque de espécies que se adequam ao clima do norte do país, tornando-a ideal para o nosso trabalho. É pretendido com este jardim a criação de um movimento que aproxima as flores, as plantas, a arte ao espaço urbano. Uma força de conservação e enaltecimento dos valores paisagísticos ligados aos espaço rural. Propomos atribuir uma outra dimensão ao projeto, na qual a intervenção artística não encerre apenas um ponto estético, mas também uma perspectiva ético-sustentável.
Uma vez findada a exposição, será feita a realocação das bétulas em espaços de desflorestação ou reflorestação. No decorrer da exposição cada peça servirá como uma incubadora para que cada árvore seja posteriormente devolvida à natureza. Apresentamos uma iniciativa artística de reposição da flora portuguesa.
Vencedor do concurso "Viana Jovens com Talento 2020"
Materiais: Bétulas, relva e vasos
Dimensões: variável
É necessário compreender o propósito mais intrínseco de brincar, que revela ser esse mesmo, brincar. Nada mais que o usufruto de um acto, brincar é tão essencial como comer, respirar, dormir. Forma de terapia essa que nos ocupa, que junta a Alma no recreio, ao Corpo em movimento. Mover os nossos corpos sem uma ideia de produtividade, com nenhum objetivo concreto, mas o de brincar. Brincamos porque sim.
Partindo deste princípio, o que pretendemos concretizar tem como base uma peça realizada anteriormente por mim, Catarina Vilaça, onde o seu objectivo era promover a interação entre o público e a peça. Esta peça era composta por 8 semi-esferas feitas em cimento maciço, com a curvatura voltada para o solo, criando uma espécie de sempre-em-pé. No centro da parte superior da peça estava presente um galho de madeira que permitia o equilíbrio do espectador/performer. Em conjunto davam a ideia de uma pequena floresta, onde, após poucos minutos todos perdiam inibições e se concentravam num exercício lúdico, com espírito de brincadeira. Percebemos que brincar é perder as certezas de o espaço onde se habita, é procurar um desequilíbrio evocando uma concentração instintiva. Queremos aproveitar esta oportunidade para realizar uma obra com maior magnitude redesenhando as semi-esferas que agora não serão maciças mas contendo terra, como se fossem vasos. O material que pretendemos utilizar será cerâmica, e em vez de troncos de madeira, plantas.
Escolhemos a Bétula por ser uma árvore de cariz singelo e pelos seus troncos estreitos e altos. É também nossa intenção que a cor dos materiais usados na execução das bases dialoguem com a cor do tronco da árvore - devido à sua forma, as raízes des - ta espécie não se estendem num espaço amplo permitindo uma saudável inclusão em vasos. Para além de ser uma belíssima espécie, a Bétula faz parte de um leque de espécies que se adequam ao clima do norte do país, tornando-a ideal para o nosso trabalho. É pretendido com este jardim a criação de um movimento que aproxima as flores, as plantas, a arte ao espaço urbano. Uma força de conservação e enaltecimento dos valores paisagísticos ligados aos espaço rural. Propomos atribuir uma outra dimensão ao projeto, na qual a intervenção artística não encerre apenas um ponto estético, mas também uma perspectiva ético-sustentável.
Uma vez findada a exposição, será feita a realocação das bétulas em espaços de desflorestação ou reflorestação. No decorrer da exposição cada peça servirá como uma incubadora para que cada árvore seja posteriormente devolvida à natureza. Apresentamos uma iniciativa artística de reposição da flora portuguesa.