Projeto I
IN. PÉRVIO
Palavras-chaves: limite, obra, espetador, memória.
Sinopse
IN. Elemento chave para indicar a negação. A minha própria rejeição. A minha necessidade de uma busca constante de uma direção. De um autorreconhecimento. De uma marca. De um diálogo constante entre as minhas emoções e as minhas memórias camufladas nos meus resultados tridimensionais. Um ato de libertação de um peso da minha consciência que se transforma no meu maior bloqueio processual. Uma dependência sobre experiências de um passado que se realiza por necessidade de desabafo sobre um sentimento do presente. Um processo instintivo que me orienta para uma terapia emocional. Automaticamente e, maioritariamente, para uma ação de repetição. Eventualmente, emergiu a procura de quebrar com este ciclo vicioso, com este hábito que define a essência da base do meu trabalho, através da variedade de matérias que se transformam no meu lugar de refúgio.
Desenvolvimento
A presença de uma dificuldade de expressão – verbalmente e fisicamente – torna-se numa caraterística evidente na minha personalidade. Uma muralha de comunicação entre mim e com quem desejo partilhar a mensagem. Entre as minhas ideias e a tradução para a realidade. Entre o meu pensamento e a minha ação. Resumindo-se numa fronteira, num limite. Mas qual é a definição de um limite?
Em consideração podemos identificar num limite um momento correspondente a um início ou a um cessamento. Uma variável aproximada ao indefinito sem nunca atingir o seu verdadeiro alcance. Ou será uma recusa de exploração perante um terreno completamente desconhecido?
IMPÉRVIO. Um termo que se resume ao intransitável, ao insensível, ao inacessível. Tudo IN. Tudo em negação. Um termo que se relaciona com a minha frustração na procura de atingir a contemplação sensorial das minhas obras pelo espetador. Que retrata o meu maior limite: uma opacidade que não permite transferir o sentimento representado pela obra em causa. A determinada essência que provoca no espetador uma reação, ainda desconhecendo por completo a sua contextualização.
Um ponto de partida na qual explorarei a relação entre a obra e o espetador. Uma necessidade de provocar no espetador a familiaridade de um sentimento que codifica a peça tridimensional, relacionando-a a uma memória pessoal. A uma das variáveis descodificações, podendo designar-se também como uma interpretação.
No meu projeto procuro desenvolver a capacidade de iludir o espetador. De recriar parcialmente uma memória pessoal, que pode abranger a memória de todos. Uma vez que o conceito de memória se pode resumir ao lar. A um território que representa uma dicotomia entre o confortável e o desconfortável do qual se transforma no nosso refúgio ou importunação, paralelamente a ela a uma dimensão real. Na minha perspetiva, um meio que me coloca numa situação de dependência de emoções que me conduzem na criação de objetos que guardam secretamente a informação da minha energia mental transmitida por meio de uma expressão, de um matiz, de um número ou de uma matéria. Uma variada soma de perspetivas que resultam numa passagem temporal distinta entre os vários elementos.
Neste contexto trabalho com uma contemplação onde o espetador desempenhará o papel de ativação da obra, no momento em que se relacionar com a estrutura e descodificar um conjunto de corpos ausentes, mas presentes pelo vazio. Os sentidos como o tátil, o olfato e o visual deverão desempenhar as funções chaves para cumprir com esta ativação. Uma exploração em que desafio o espetador em ultrapassar o limite do respeito pela obra criada pelas instituições de arte que colocam uma distância de segurança entre o público e a obra em causa. Um momento nostálgico que incentiva o mesmo inconscientemente a sentir algo. Um limite que se concentra numa relação entre pessoas e num raciocínio memorial. Um desafio que procura incutir no espetador o ato de apreciar pequenos detalhes para alcançar um poder emocional de uma obra e da sua respetiva história.
Um projeto em que procuro trazer a verdadeira essência da definição de memória, da sua relação com o espaço e com o espetador. Uma busca de um resgaste de memórias de um passado que influencia a quem a observa. A perseverança da passagem de um tempo, que se transforma em pó no momento em que deixamos de existir. Uma memória que sobrevive através de uma identidade, uma identidade que se constrói a partir dela.
Referências
Anselm Kiefer, Richard Serra, Magdalena Abakanowicz, Edwina Leapman, Louise Nevelson, Felix Gonzales-Torres.
Palavras-chaves: limite, obra, espetador, memória.
Sinopse
IN. Elemento chave para indicar a negação. A minha própria rejeição. A minha necessidade de uma busca constante de uma direção. De um autorreconhecimento. De uma marca. De um diálogo constante entre as minhas emoções e as minhas memórias camufladas nos meus resultados tridimensionais. Um ato de libertação de um peso da minha consciência que se transforma no meu maior bloqueio processual. Uma dependência sobre experiências de um passado que se realiza por necessidade de desabafo sobre um sentimento do presente. Um processo instintivo que me orienta para uma terapia emocional. Automaticamente e, maioritariamente, para uma ação de repetição. Eventualmente, emergiu a procura de quebrar com este ciclo vicioso, com este hábito que define a essência da base do meu trabalho, através da variedade de matérias que se transformam no meu lugar de refúgio.
Desenvolvimento
A presença de uma dificuldade de expressão – verbalmente e fisicamente – torna-se numa caraterística evidente na minha personalidade. Uma muralha de comunicação entre mim e com quem desejo partilhar a mensagem. Entre as minhas ideias e a tradução para a realidade. Entre o meu pensamento e a minha ação. Resumindo-se numa fronteira, num limite. Mas qual é a definição de um limite?
Em consideração podemos identificar num limite um momento correspondente a um início ou a um cessamento. Uma variável aproximada ao indefinito sem nunca atingir o seu verdadeiro alcance. Ou será uma recusa de exploração perante um terreno completamente desconhecido?
IMPÉRVIO. Um termo que se resume ao intransitável, ao insensível, ao inacessível. Tudo IN. Tudo em negação. Um termo que se relaciona com a minha frustração na procura de atingir a contemplação sensorial das minhas obras pelo espetador. Que retrata o meu maior limite: uma opacidade que não permite transferir o sentimento representado pela obra em causa. A determinada essência que provoca no espetador uma reação, ainda desconhecendo por completo a sua contextualização.
Um ponto de partida na qual explorarei a relação entre a obra e o espetador. Uma necessidade de provocar no espetador a familiaridade de um sentimento que codifica a peça tridimensional, relacionando-a a uma memória pessoal. A uma das variáveis descodificações, podendo designar-se também como uma interpretação.
No meu projeto procuro desenvolver a capacidade de iludir o espetador. De recriar parcialmente uma memória pessoal, que pode abranger a memória de todos. Uma vez que o conceito de memória se pode resumir ao lar. A um território que representa uma dicotomia entre o confortável e o desconfortável do qual se transforma no nosso refúgio ou importunação, paralelamente a ela a uma dimensão real. Na minha perspetiva, um meio que me coloca numa situação de dependência de emoções que me conduzem na criação de objetos que guardam secretamente a informação da minha energia mental transmitida por meio de uma expressão, de um matiz, de um número ou de uma matéria. Uma variada soma de perspetivas que resultam numa passagem temporal distinta entre os vários elementos.
Neste contexto trabalho com uma contemplação onde o espetador desempenhará o papel de ativação da obra, no momento em que se relacionar com a estrutura e descodificar um conjunto de corpos ausentes, mas presentes pelo vazio. Os sentidos como o tátil, o olfato e o visual deverão desempenhar as funções chaves para cumprir com esta ativação. Uma exploração em que desafio o espetador em ultrapassar o limite do respeito pela obra criada pelas instituições de arte que colocam uma distância de segurança entre o público e a obra em causa. Um momento nostálgico que incentiva o mesmo inconscientemente a sentir algo. Um limite que se concentra numa relação entre pessoas e num raciocínio memorial. Um desafio que procura incutir no espetador o ato de apreciar pequenos detalhes para alcançar um poder emocional de uma obra e da sua respetiva história.
Um projeto em que procuro trazer a verdadeira essência da definição de memória, da sua relação com o espaço e com o espetador. Uma busca de um resgaste de memórias de um passado que influencia a quem a observa. A perseverança da passagem de um tempo, que se transforma em pó no momento em que deixamos de existir. Uma memória que sobrevive através de uma identidade, uma identidade que se constrói a partir dela.
Referências
Anselm Kiefer, Richard Serra, Magdalena Abakanowicz, Edwina Leapman, Louise Nevelson, Felix Gonzales-Torres.
Nódoa Doce, Jan 2020
Açúcar, linho, tinta acrílica e pó de talco.
Dimensões: manta - 100 x 220 cm
almofada - 40 x 40 cm
Sinopse
Um pó temporal e uma ausência de ti na cadeira.
Uma cadeira que sustentava o teu calor.
Um calor coberto pela manta sobre as tuas pernas.
Sobre o teu corpo à medida que criavas novos corpos.
Um pó temporal e uma memória sobre ti.
Sobre a nossa origem e sobre o nosso amor sem fim.
Açúcar, linho, tinta acrílica e pó de talco.
Dimensões: manta - 100 x 220 cm
almofada - 40 x 40 cm
Sinopse
Um pó temporal e uma ausência de ti na cadeira.
Uma cadeira que sustentava o teu calor.
Um calor coberto pela manta sobre as tuas pernas.
Sobre o teu corpo à medida que criavas novos corpos.
Um pó temporal e uma memória sobre ti.
Sobre a nossa origem e sobre o nosso amor sem fim.
-scopia. A contemplação do artista sobre si e arte.
Um texto original escrito no decorrer da UC de Metodologias de Projeto, ramo de Escultura. Uma Uc que acompanhou o trabalho de atelier, colocando em reflexão os problemas de uma questão ética, programática e prática de cada elemento da turma e do seu respetivo projeto.
Um texto que realça questões sobre quais tenho vindo a debater no meu percurso como estudante de Artes Plásticas, realçando com maior evidência a importância sobre o reconhecimento imediato de um artista através da interação com uma das suas obras. A escolha específica de duas obras de colegas e jovens artistas da minha turma, e de determinados textos, permitiu-me alcançar uma possível conclusão pessoal sobre a dúvida colocada. Uma conclusão que apresenta uma temporalidade sujeita de uma transformação.
Um texto original escrito no decorrer da UC de Metodologias de Projeto, ramo de Escultura. Uma Uc que acompanhou o trabalho de atelier, colocando em reflexão os problemas de uma questão ética, programática e prática de cada elemento da turma e do seu respetivo projeto.
Um texto que realça questões sobre quais tenho vindo a debater no meu percurso como estudante de Artes Plásticas, realçando com maior evidência a importância sobre o reconhecimento imediato de um artista através da interação com uma das suas obras. A escolha específica de duas obras de colegas e jovens artistas da minha turma, e de determinados textos, permitiu-me alcançar uma possível conclusão pessoal sobre a dúvida colocada. Uma conclusão que apresenta uma temporalidade sujeita de uma transformação.
Projeto II
Parafernália das Emoções, Jul 2020
Sacos de chá Dimensões: 0,05 x 0,05 x 400 cm Sinopse Passo a passo. À minha velocidade. Deixo para trás um rasto. Pegadas repletas de memórias. Calcadas com intensidades diferentes. Passo a passo. Ao meu ritmo construo a minha caminhada sem fim. Passo a passo. Sem qualquer pressa. Respiro o meu “aqui”. |
Alma contagiada. Ama curada, Jul 2020
Sinopse
A mancha. Um corpo. Uma emoção.
Cada ausência é vista, sentida, cheirada.
Uma cicatriz de cada gole que em ti te dei.
Uma cura da minha alma.
Uma alma contagiada que procura amar curada.
Sinopse
A mancha. Um corpo. Uma emoção.
Cada ausência é vista, sentida, cheirada.
Uma cicatriz de cada gole que em ti te dei.
Uma cura da minha alma.
Uma alma contagiada que procura amar curada.
A Saturação do Sentir, Jul 2020
Sacos de chá
0,05 x 104 x 114
Sinopse
O puro é invadido. Um toque contagioso. Um saco arrebenta e a acumulação transborda através da nossa pele.
À deriva de um alívio, apenas resta a saturação de emoções.
Um líquido que representa um corpo novo. Um corpo evaporado. Ausente.
À deriva de um alívio. Resta uma mancha à procura de um recomeço.
Sacos de chá
0,05 x 104 x 114
Sinopse
O puro é invadido. Um toque contagioso. Um saco arrebenta e a acumulação transborda através da nossa pele.
À deriva de um alívio, apenas resta a saturação de emoções.
Um líquido que representa um corpo novo. Um corpo evaporado. Ausente.
À deriva de um alívio. Resta uma mancha à procura de um recomeço.