ENSAIO
Dimensões: aplicáveis ao espaço, tendo na totalidade 13 impressões (3 rectângulos de 1x2m e 10 triângulos rectângulos com catetos de 1x2m).
Materiais: tabuas de mdf, folhas de plástico, tinta de parede (cinza pedra e branco marmore), fio de nylon transparente.
Tratei a narrativa. Tentei faze-lo no espaço, onde a mesma me pudesse rodear e abraçar, daí o conforto.
Conforto na repetição das formas estendidas que explicam, auxiliadas pela luz e o vento que as atravessam. O estático e o que corre numa pista fechada.
O processo, o que permite a evasão, a fuga do fisico para o outro espaço e o seu retorno, já que o corpo não se deixa cair na ausência.
A sanidade é parar de procurar o que sei que não quer ser encontrado. Mesmo assim biso, pelo aconchego do cansaço consumidor, do detalhe.
E no fim tudo corre.
A narrativa das camadas
O espaço pela luz e pelo vento
O conforto na repetição
O processo e os detalhes
A sanidade pela procura
Corpo, porque não se esquece.
Materiais: tabuas de mdf, folhas de plástico, tinta de parede (cinza pedra e branco marmore), fio de nylon transparente.
Tratei a narrativa. Tentei faze-lo no espaço, onde a mesma me pudesse rodear e abraçar, daí o conforto.
Conforto na repetição das formas estendidas que explicam, auxiliadas pela luz e o vento que as atravessam. O estático e o que corre numa pista fechada.
O processo, o que permite a evasão, a fuga do fisico para o outro espaço e o seu retorno, já que o corpo não se deixa cair na ausência.
A sanidade é parar de procurar o que sei que não quer ser encontrado. Mesmo assim biso, pelo aconchego do cansaço consumidor, do detalhe.
E no fim tudo corre.
A narrativa das camadas
O espaço pela luz e pelo vento
O conforto na repetição
O processo e os detalhes
A sanidade pela procura
Corpo, porque não se esquece.
__RITA (APARENTE)
_________________MATILDE
RITA, 2019
Dimensões: Aproximadamente 50x30x20 cm
Materiais: Barro, gesso, estrutura em metal, corpo em algodão, argolas de metal, pestanas arificiais, areia, esponja, pintura com acrílicos e verniz.
O objeto fisico que parte da imagem e a respetiva implicação com o espaço e o corpo.
O peso da acção e o peso do corpo.
A reação da acção, o cansaço.
No exercício procurei a representação física através da noção de exterior e do aparente, reproduzindo (mais uma vez) as minhas características imediatas na forma de uma boneca articulada que eu própria pudesse transportar. Nesta relação dos corpos a acção esta presente no contacto dos mesmos que por sua vez materializa um espaço, o espaço potencial (Donald Winnicott, O Objeto Transicional).
A acção e relação dos objetos com corpo (e a resultante criação deste espaço teórico) foi uma questão que surgiu inerentemente e de forma extremamente prática, sendo que só consegui fazer algum sentido desta necessidade da criação de espaços que corporizassem comportamentos intangíveis a partir do objeto inanimado (do qual resultam o apego e a relação intima) após ler acerca dos conceitos de Relação do Objeto (tratados por Winnicott, psiquiatra, psicanalista e pediatra, 1896-1971) que passam pelo Objeto Transicional e o Espaço Potencial.
O Objeto Transicional tratando-se então da primeira possessão da criança, o “não eu”, que não só é detido de qualidades simultaneamente internas e externas (apesar de nunca inteiramente uma delas), como se define também como uma espécie de ponte entre o mundo externo e interno, entre a criança e o mundo exterior, materializando uma ligação estreita entre o Ser e o mundo superficial, visível. Este situa-se no Espaço Potencial.
O Espaço Potencial está “entre o mundo subjectivo e a realidade física percebida, entre as “extensões do eu” e o “não eu””.
Da forma menos consciente acabei por conhecer melhor o meu trabalho. So queria fazer uma boneca, foi (e ainda é) a resposta mais imediata.
MATILDE, 2018
Irmã mais velha da Rita (aparente), apesar de não parecer. Aproximadamente 30cm de altura.
Barro, pano, esponja e areia.
Fiz a MATILDE no verão, achei importante inclui-la aqui. Tinha acabado de bordar alguma camisola que devo ter oferecido e não tinha nada para fazer. Tínhamos ido à Contextile, em Guimarães e a Joana estava a expor bonecas de pano, quis fazer uma boneca também.
Conseguimos marcar o tempo em objetos, e confundi-lo também. A Matilde é para sempre um recém-nascido, mas os dias
continuam a passar por ela. Agora tem o braço ao peito, as linhas que o seguravam gastaram-se, ela anda de mão em mão. Mas só em mãos que gostam dela, não a confio a qualquer um.
A Matilde aguenta com mais do que parece.
TEM BURACOS NA CABEÇA, QUE É DOURADA NO INTERIOR.
TEM AS UNHAS SUJAS PORQUE FOI COM ELAS QUE ABRIU OS BURACOS.
COÇOU TANTO QUE SE ESBURACOU.
A SEGUIR AO APARENTE
6 elementos com dimensões variáveis, nunca maiores que 30cm de altura.
Panos engessados que cobrem modelações. O som que as acompanha abre a brecha, dá espaço.
O trabalho tratava o Eu interior (Self).
Pareceu-me forçado, acredito que o mesmo se manifesta inconscientemente no que produzimos, de outra forma não faria o que tento fazer.
A consciência então é dolorosa, o lembrar. Mas não pode ser abandonada.
Preferi cobrir. Mas abri espaço acho eu.
Pela luz, as formas que criam o cenário e que tanto se distinguem do ruido. Esse ruido que tento acalmar.
NESTA PROPOSTA DECIDI ESCONDER.
NÃO SOU MUITO BOA A ESCONDER NADA
Panos engessados que cobrem modelações. O som que as acompanha abre a brecha, dá espaço.
O trabalho tratava o Eu interior (Self).
Pareceu-me forçado, acredito que o mesmo se manifesta inconscientemente no que produzimos, de outra forma não faria o que tento fazer.
A consciência então é dolorosa, o lembrar. Mas não pode ser abandonada.
Preferi cobrir. Mas abri espaço acho eu.
Pela luz, as formas que criam o cenário e que tanto se distinguem do ruido. Esse ruido que tento acalmar.
NESTA PROPOSTA DECIDI ESCONDER.
NÃO SOU MUITO BOA A ESCONDER NADA
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Preciso de produzir. De fazer. A ideia do inato só me afunda mais e a distração é necessária. A escolha deliberada de um assunto concreto parece-me despropositada. Penso que não abordo assunto algum e de algum modo os mesmos temas surgem sem serem convocados. São impertinentes. Ou muito pertinentes, não sei.
Narrativa. Espaço. Figura.
Narrativas espontâneas que ainda não decifrei. Só aparecem. E pedem relevância. Espaço criado e alterado. Espaço relevante invés de ignorado. Espaço pelo gesto também. E Figura. Figura como base para o resto. Como personificação dos restantes conceitos, os quais dela dependem. Mimo, o mimo cria espaço pela mímica.
O descanso (ou plenitude talvez) vem do fazer, ultimamente da abstração. Só necessito de descanso. Resulte no que resultar.
Referencias relevantes no momento (obviamente sujeitas a constantes acréscimos)
| Vaslav Nijinsky | Francisco Goya | Oskar Schlemmer | Oskar Kokoschka | Egon Schiele | Mary Wigman | Sigmund Freud -- O sentimento de algo ameaçadoramente estranho (UNHEIMLICH)
(E mais que decerto estão intrínsecas e portanto demasiado enterradas para fácil acesso.)
porto, março, 2019
Narrativa. Espaço. Figura.
Narrativas espontâneas que ainda não decifrei. Só aparecem. E pedem relevância. Espaço criado e alterado. Espaço relevante invés de ignorado. Espaço pelo gesto também. E Figura. Figura como base para o resto. Como personificação dos restantes conceitos, os quais dela dependem. Mimo, o mimo cria espaço pela mímica.
O descanso (ou plenitude talvez) vem do fazer, ultimamente da abstração. Só necessito de descanso. Resulte no que resultar.
Referencias relevantes no momento (obviamente sujeitas a constantes acréscimos)
| Vaslav Nijinsky | Francisco Goya | Oskar Schlemmer | Oskar Kokoschka | Egon Schiele | Mary Wigman | Sigmund Freud -- O sentimento de algo ameaçadoramente estranho (UNHEIMLICH)
(E mais que decerto estão intrínsecas e portanto demasiado enterradas para fácil acesso.)
porto, março, 2019
Exploração da noção de múltiplos. Como sempre, os trabalhos seguem as suas direções e não me sinto particularmente intitulada a negar-lhes diferentes sentidos.
Depois de diferentes tentativas de perceber e executar moldes, a aglomeração de bebés acabou por se encaixar na proposta dos módulos, mas nunca a tentei por em caixa nenhuma. Os fetos são da mesma família, mas todos se distinguem, pela textura, pelo tratamento.
Esta foi a fase onde o mobiliário entrou em cena.
COLEÇÃO.
COMEÇOU COM ELEMENTOS SEPARADOS E DIFERENTES.
VIVEU COMO UM TODO NUMA MESA DE CABECEIRA,
ACONCHEGADA.
TERMINOU QUANDO OS SEUS PARTICIPANTES SE ESPALHARAM, AGORA TEM CASAS DIFERENTES.
JÁ NÃO SEI DELES.
**TANGERINA NA SALA
Iniciei a TANGERINA como uma modelação. Tive saudades de modelar. Está contorcida para se manter dentro da caixa cubica com trinta centímetros de aresta que invisivelmente a confina.
Tudo o que tem é timidez na pose, e uma tangerina, que oferece (simbolicamente achava eu).
Terminou por ser (depois de um longo processo, pesado) translucida e leve. Delicada. Como eu queria.
Esta associada a um tapete, ao chão. Mas vira-se contra ele, afasta-se verticalmente, sobe.
OFERECIA TIMIDAMENTE A TANGERINA.
ROUBARAM-NA.
NÃO SEI SE LHE REPONHO UMA DIFERENTE, NÃO ACHO QUE AGUENTE OUTRA DESILUSÃO.
TAMBÉM NÃO SEI SE AGUENTA NÃO TER NADA PARA OFERECER ...
***ADOLESCÊNCIA RETARDADA
Modelação.
1m altura.
Ocasionalmente é portadora de lingua (esta em silicone).
Viveu na casa que a Vilaça construiu durante uma semana e meia.
Desidratou.
1m altura.
Ocasionalmente é portadora de lingua (esta em silicone).
Viveu na casa que a Vilaça construiu durante uma semana e meia.
Desidratou.
Analógico pela Rafaela,
Obrigada
Obrigada
Mais uma modelação. Precisei de aumentar a escala. Contorci-o tanto que a ideia de construir o seu molde é constantemente cancelada por toda gente que entra em contacto com ela.
Talvez o seu destino fosse mesmo desaparecer. Tenho de pensar.
USA UMA MÁSCARA, POR ISSO A SUA EXPRESSÃO NÃO MUDA.
TRANSFORMAM-SE A PRESENÇA E OS MOVIMENTOS.
OCULTAM-SE ASPETOS PARA DAR LUZ A OUTROS.
****FANTASMAS A DANÇAR (COM TANGERINAS)
Bordado numa camisola oferecida (que encolheu ao lavar).
Materialização das horas mortas.
Estas tangerinas não são propicias ao furto.
Materialização das horas mortas.
Estas tangerinas não são propicias ao furto.
A camisola bordei enquanto trabalhava nos outros projetos. (ainda não sei como lhes chamar, mas “projeto” parece- me impessoal).
Como expliquei à umas páginas, a distração é necessária e assim sendo pareceu-me chegar a um ponto onde trabalhar apenas no atelier não era suficiente. O bordado serviu como prova (de mim para mim) que as horas que passavam não eram desperdiçadas, que tinham proveito material concreto.
As horas são milhares de pontos individualmente bordados.
OS FANTASMAS DANÇAM EM CIRCULO.
SEGURAM TANGERINAS. NAS SUAS MÃOS PARECEM MAIORES.
SÃO FANTASMAS PEQUENOS.
DANÇAM EM TORNO DE UM VASO.